Um resumo do Repensar da Emater
Por Robson Becker Loeck (*)
O “Repensar da Emater: por uma ATERS Qualificada e Forte” foi reflexo do momento em que se vive e das possibilidades de realizá-lo. Apesar das suas limitações de tempo e de recursos, de setembro a dezembro de 2023, “movimentou os corredores” da Emater/RS-Ascar e foi assunto para fora de suas paredes.
Quem o vivenciou, sentiu “ao vivo” o que se passou. Para quem não, o breve resumo abaixo ajuda a compreender a sua dimensão.
“Encontros”, eis uma boa palavra para descrevê-lo. O Repensar trouxe essa possiblidade, pois o que se viu nos “Seminários Regionais” foi extensionistas rurais sedentos em falar e em ouvir. Colegas “distantes” que voltavam a se abraçar e, no decorrer das conversas, se identificavam com a preocupação do rumo “das coisas”, no caso, com a Emater. Ao mesmo tempo, um outro sentimento surgia, qual seja, o de alívio em saber que a preocupação era geral e não somente individual.
Somente por isso, pode-se dizer que valeu a pena ele ter sido realizado, mas, claro, foi muito além. Nele, num processo de igualdade de participação, “sem hierarquias”, ocorreram muitas discussões nos grupos de trabalho e nas plenárias finais em todas as regiões do Estado.
Democraticamente escolhidos por região, os representantes se organizaram e compareceram para a etapa final do Repensar em Porto Alegre, que mais uma vez oportunizou momentos de encontros e de discussão sobre o “rumo das coisas”. No auditório do Escritório Central da Emater/RS-Ascar, acadêmicos, membros do CTA e lideranças associativas e sindicais contextualizaram a extensão rural gaúcha e brasileira (www.youtube.com/@asae_rs). E, no segundo dia, após acalorados debates, chegou-se às proposições finais do Repensar.
Com certeza o processo agradou a muitos ao mesmo tempo em que desagradou outros tantos, contudo, seu saldo final foi positivo ao apresentar “rumos” para a extensão rural oficial gaúcha. Foi consenso, por exemplo, que a Emater/RS-Ascar precisa melhor comunicar a sua importância junto ao público urbano e ser indutora de uma política pública de Estado e não somente de governo. Entre outras tantas propostas, que a extensão rural governamental precisa priorizar as famílias mais vulneráveis do campo e aquelas que produzem alimentos. Precisa combater a fome, contribuir para a preservação ambiental e enfrentar as mudanças climáticas.
Entre acertos e erros, o “Repensar da Emater: por uma ATERS Qualificada e Forte” cumpriu o seu propósito. Que a partir dele a discussão possa se qualificar em outros espaços e eventos com a participação de quem tem o interesse de ir além do que ele, por hora, possibilitou.
(*) Robson Becker Loeck é sociólogo e secretário da Asae.