Asae realiza live Conversando Sobre Gênero
Falar sobre gênero, diversidade, preconceitos e permitir uma maior reflexão da sociedade sobre esses temas nunca foi tão importante. Por isso, a Asae e o GT de Gênero e Diversidade promoveram a live CONVERSANDO SOBRE GÊNERO, que ocorreu na última quinta-feira, às 20h, com transmissão do YouTube e Facebook. O evento também serviu para apresentação da primeira devolutiva sobre o questionário que abordou o tema.
Quem deu início aos trabalhos foi a associada, Luize Silva, que interpretou uma bela canção aos participantes. Em seguida, o Primeiro tesoureiro da Asae e ATR de produção animal do ESREG Porto Alegre na Emater, Carlos Roberto Vieira, realizou a apresentação dos resultados da pesquisa com base nas respostas das 344 servidoras e ex-servidoras da Emater que responderam ao questionário. Em um primeiro momento foi possível verificar que ainda há uma diferenciação estrutural nas relações de gênero. Dentre os principais pontos destacados, segundo Vieira, estão a desvalorização profissional das mulheres e a grande incidência de assédio sexual ou moral.
A próxima a falar foi a coordenadora do GT, Regina Miranda, que iniciou também enfatizando a relevância da pesquisa e dos dados apresentados e afirmou que os padrões relacionados com as respostas das colegas é um reflexo do que acontece na sociedade como um todo. “Agora estamos olhando para dentro, para nós, e [refletindo sobre] qual é o trabalho que nós – juntamente com a Emater – iremos realizar para dirimir as desigualdades de gênero que têm dentro da empresa e que somente são um espelho nas desigualdades que já existem na nossa sociedade”, refletiu Regina.
A palestrante convidada Mestre em Ciências Sociais pela PUCRS, Renata Pittas, relata que a temática de gênero sempre esteve presente em sua trajetória e principalmente no âmbito profissional quanto a questão da dupla jornada de trabalho entre as mulheres. Segundo Renata, devido a pandemia houve um retrocesso de mais de dez anos na questão econômicas das mulheres. Isso muito em função da necessidade de conciliar o trabalho com as atividades domésticas. Além disso, Renata mostrou dados do IBGE que apontam que as mulheres recebem cerca de 77,7% do salário dos homens, mesmo tendo uma vida com dupla jornada, formação superior e mais qualificação.
Por fim, a palestrante Cintia Barenho, formada em Ciências Biológicas, mestrado em Educação Ambiental e organizadora da Marcha Mundial das Mulheres, falou sobre a questão do patriarcado e sua influência como base estrutural da sociedade e das relações sociais. Segundo Cintia, a desigualdade das mulheres estrutura o conjunto das relações e práticas sociais que acabam sendo reproduzidas no trabalho das extensionistas da Emater. Por isso a importância da organização em ações institucionais para modificar a cultura machista, inclusive envolvendo os homens, para que eles atuem conjuntamente nesse processo e, assim, para dirimir com as práticas machistas que perpetuam o patriarcado.
Esse modelo consolidou o espaço privado como feminino e o público como masculino e foi constituída a ideia de que há uma harmonia e uma complementariedade nas relações entre homens e mulheres e que isso tem como objetivo esconder esses conflitos e as relações de poder dos homens para com a mulher, seja no âmbito familiar e nas relações de trabalho. A desigualdade das mulheres estrutura o conjunto das relações e práticas sociais. E como todas essas questões são reproduzidas no trabalho das extensionistas da Emater a importância da organização e do envolvimento e ações institucionais a fim de modificar a cultura machista. E essa ação deve envolver os homens e que estes devem atuar conjuntamente para dirimir e acabar com as práticas machistas que perpetuam o patriarcado.
Ao final da live foi realizado o sorteio mensal do Fundo de Integração. A lista dos vencedores pode ser conferida logo abaixo.
O encerramento foi por conta de mais uma apresentação artística da associada Luize Silva.
VENCEDORES DO SORTEIO FUNDO DE INTEGRAÇÃO