Reconhecimento da Asae e Asapas à pioneira da Extensão Rural Social – Gui Petzhold
No último dia 15 de dezembro, a pioneira da Extensão Rural Social, Guilhermina Gertrudes Petzhold, nos deixou. Mas o que sempre estará presente entre nós é a sua história e o seu legado.
A Gui, como os amigos e as amigas a chamavam, fez parte do primeiro grupo de pré-serviço da ASCAR, realizado na Fazenda Ipanema, em Sorocaba/SP, em 1955. Como a própria Gui lembrava, “tudo começou em 55 com anúncio nos jornais para se inscrever como candidata à Extensionista Rural da ASCAR. Uma oportunidade e novidade no Estado. Realizada a inscrição, fui selecionada, principalmente por já possuir o curso em Economia Doméstica e por ser expansiva e comunicativa”. Qualidades que manteve até seus últimos dias de vida.
Depois do estágio, realizado em Minas Gerais, voltou a Porto Alegre e foi convidada a fazer parte do grupo de estudos que percorreu o interior do Rio Grande do Sul para verificar as condições socioeconômicas das famílias – principalmente de pequenos agricultores – para a instalação dos 11 primeiros escritórios municipais da ASCAR.
Bento Gonçalves foi um dos municípios escolhidos onde Guilhermina foi a sua primeira extensionista. Depois de Bento, ela foi como extensionista para Pelotas para, em 1957, ser escolhida como Chefe do Departamento de Economia Doméstica, no Escritório Central, onde permaneceu até 1973. No ano seguinte, por solicitação do Secretário de Saúde, Dr. Germano Bonow, Guilhermina foi designada para a área Materno Infantil da Secretaria de Saúde do Estado. Em um trabalho integrado entre ASCAR e secretaria, a extensionista foi para o setor de educação para a saúde, com a intenção de somar forças para o trabalho no meio rural. Já em 1984 retornou à Emater-RS/Ascar, quando passou a ser a responsável pela atividade de Higiene e Saúde. Ficou nessa função até 1989 quando se aposentou.
No decorrer de toda sua vida profissional desempenhou suas atividades com muito entusiasmo, sentimento que transmitia aos colegas e dizia que o papel da extensionista era o de melhorar a vida no meio rural, as condições do lar, a nutrição, as habilidades manuais. Com conhecimento técnico buscar facilitar o bem estar das pessoas do campo. Foi a maior defensora do trabalho social, o que levou este trabalho ser reconhecido e respeitado pelos colegas da área econômica e outras instituições.
A Gui era uma guerreira, não tinha medo de falar e se posicionar, sempre em favor da Extensão Rural Social. Defendia as extensionistas e as chamava de meninas, além de brincar ao dizer eram as suas pupilas. Quando perguntavam do porquê estava sempre alegre, dando gargalhadas e com tanta animação, ela respondia: “porque sou feliz e sou feliz porque faço o que gosto”.