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Extensão rural na pandemia é desafio da Asae

 Extensão rural na pandemia é desafio da Asae

 Por: GUILHERME ATHAYDE

Ex-diretora da microrregional da Emater em Santa Cruz do Sul, Marines Böck comanda a Associação dos Servidores da Ascar/Emater até 2022

  

Fundada em 1955 como Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar) e fundida em 1977 com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a Emater-RS/Ascar presta um serviço fundamental de apoio aos agricultores familiares gaúchos.

No comando da Associação dos Servidores da Ascar/Emater, que representa os cerca de 2 mil funcionários da Emater em todo o Estado, está Marines Böck, engenheira agrônoma que atuou na região do Vale do Rio Pardo como diretora da microrregional de Santa Cruz do Sul, que faz parte da Regional de Soledade. Eleita em dezembro do ano passado, Marines projeta o seu mandado na associação, que vai até setembro de 2022.

A Asae, segundo destaca a atual presidente, atua na defesa dos direitos dos trabalhadores da Emater e conta com 1.851 associados, entre ativos e aposentados. Entre as ações da Asae estão a mediação de interesses e demandas dos trabalhadores e a oferta de serviços aos associados, como fundos de saúde, auxílio contra sinistros, planos telefônicos e seguro de vida.

Servidora da Emater há 24 anos, Marines destaca a atuação dos extensionistas da empresa, mesmo em tempos de restrições em virtude da pandemia do novo coronavírus. “Hoje nossa principal demanda é cobrar muito a questão de normas de como trabalhar no meio dessa pandemia, ter medidas de prevenção tanto para nós como para o agricultor.” No início de abril, a diretoria da Asae solicitou à Secretaria Estadual da Saúde que os servidores da Emater, em contato diário com mais de 250 mil famílias de produtores rurais, sejam colocados na lista de prioritários para receber a vacinação contra o coronavírus.


Orçamento e reajuste salarial

A Emater-RS/Ascar teve grande importância na criação das feiras rurais de Santa Cruz do Sul. “O município é um exemplo na questão das feiras, isso tem um longo trabalho da Emater. Muitos feirantes de hoje lembram do trabalho do ex-servidor Paulo Zampieri, que se aposentou no ano passado”, recorda a dirigente da Asae.

Entre os desafios da atual gestão está a luta pela correção do orçamento reservado à extensão rural no Estado. Marines Böck relata que em outros anos o orçamento da Emater já superou R$ 242 milhões, no início da década passada (2010). Já em 2020 o montante destinado foi de R$ 172 milhões e deve ficar abaixo de R$ 200 milhões em 2021 em virtude das perdas econômicas do Estado com a pandemia. “Também estamos há dois anos sem reajuste salarial. Quem faz a negociação com a diretoria não é a Asae, mas tentamos fazer a mediação para garantir os direitos como o anuênio e o decênio, que perdemos ano passado.”

A presidente da Associação dos Servidores da Ascar/Emater diz ainda que a Emater sofre com a falta de funcionários. Muitos municípios estão sendo cobertos por profissionais de cidades vizinhas. O problema não é maior em virtude da diminuição das atividades pelas restrições da pandemia. “Os extensionistas são muito comprometidos, vão tentando driblar as adversidades, mas tudo tem um limite. O pessoal tem se esforçado, adotado novas metodologias de trabalho, algumas de forma online. O que está muito travado são as questões coletivas, como as reuniões. Isso dificulta para o agricultor que não tem acesso à internet, por exemplo.”

O prejuízo com a pandemia ao produtor rural não se limita à diminuição no atendimento técnico. A presidente da Asae dá como exemplo os trabalhos sociais – como o que é realizado com agricultoras em Vera Cruz há cerca de 30 anos – e que estão paralisados. “Às vezes esse trabalho é a única oportunidade de socialização que as mulheres rurais têm, de conversar e trocar receitas e saberes.”

Existe uma previsão do governo do Estado de realização de concurso público para a contratação de 100 servidores da Emater, mas a presidente da Asae acredita que a contratação desses profissionais pode esbarrar no orçamento da entidade. “Não vejo de onde vão tirar recursos.”

FONTE:   http://www.gaz.com.br/conteudos/regional/2021/04/11/178813-extensao_rural_na_pandemia_e_desafio_da_asae.html.php