O trabalho da Emater/RS-Ascar em Pelotas: muito além da assistência técnica

 O trabalho da Emater/RS-Ascar em Pelotas: muito além da assistência técnica

Por Robson Becker Loeck, Francisco Antônio Arduin de Arruda e Rodrigo Bubolz Prestes (*)

Em cada um dos 497 municípios do Rio Grande do Sul há um Escritório da Emater/RS-Ascar. Em Pelotas, o atendimento fomentado pelo Estado aos produtores rurais iniciou lá em 1956, com a criação da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar). Algum tempo depois, em 1977, foi criada a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS). Em junção de esforços, a Ascar e a Emater/RS passam a trabalhar em conjunto e a prestar, de forma oficial, a Assistência Técnica e Extensão Rural e Social no Estado do Rio Grande do Sul (ATERS).

Lá se vão alguns anos de dedicação às famílias rurais, realizando um trabalho que enxerga a propriedade rural com um todo e faz chegar às famílias as políticas públicas dos governos federal, estadual e municipal.

Em Pelotas, no ano passado, o assessoramento agropecuário, ambiental e social foi realizado para 1262 famílias, que em média foram contatadas 9,4 vezes. Um indicativo do papel a que se propõe a Emater/RS-Ascar, qual seja, de ir além de um atendimento pontual e proporcionar a “inserção” das famílias na sua comunidade e no município.

“Articulação” talvez seja uma boa palavra para descrever o papel desempenhado pela Emater/RS-Ascar nas ações do dia a dia, pois ela é um elo de ligação entre os governos e os agricultores – em especial, via Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural -, ao mesmo tempo em que participa de instâncias de controle social, por exemplo, de conselhos municipais (Assistência Social, Desenvolvimento Rural, Direitos das Mulheres e Meio Ambiente), de fóruns e comitês (Fórum da Agricultura Familiar, Fórum da Lagoa, Comitê Gestor da Feira do Peixe e Comitê Gestor Quilombola).

Para além da relação direta com as famílias e instâncias coletivas, o Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Pelotas se envolve com a organização e o apoio às feiras e festas municipais (Camarão, Morango, Peixe, Pêssego e Uva), e oportuniza a participação de agroindústrias na Fenadoce e na Expofeira. Assim, promove os produtos rurais e a gastronomia, propicia possibilidades de geração de renda e fomenta o turismo rural.

Os agricultores familiares, os quilombolas, os pescadores artesanais, os indígenas e os assentados da reforma agrária também contam com a Emater/RS-Ascar no momento de realizarem diversos tipos de projetos, seja para recebimento de recursos governamentais ou financiamento junto às instituições financeiras, que, em 2022, somaram R$ 16.435.830,28.

Capacitações técnicas sobre os mais variados assuntos relacionados a produção local também são ofertadas, a exemplo dos cursos de Boas Práticas Agrícolas para Aplicação de Agrotóxicos, que contemplaram 200 agricultores com 16 horas de aulas teóricas e práticas. O assessoramento à organização coletiva é outra frente encampada, podendo ser citado a recente constituição de uma organização de controle social (OCS) de produtores orgânicos.

A formação de recursos humanos é outra contribuição a ser elencada entre as atividades desenvolvidas pelo Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Pelotas, que recebe estagiários e pesquisadores de universidades e institutos federais de educação interessados na agricultura familiar e seus diversos públicos.

Enfim, diversas ações, entre outras tantas que aqui poderiam estar nesse breve relato, mas que demostram a amplitude do trabalho continuado realizado em Pelotas com as famílias rurais, que vai, então, da assistência técnica à extensão rural.

  • Robson Becker Loeck (sociólogo), Francisco Antônio Arduin de Arruda e Rodrigo Bubolz Prestes (engenheiros agrônomos) são extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar.

ASAE

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