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Cadeia do Agronegócio

 Cadeia do Agronegócio

Sabino Alano Magalhães Bizarria (*)

Há pouco tempo, a atividade primária se limitava a produzir, em sua forma original, alimentos, matérias primas e insumos para o sistema econômico como um todo. Nesse cenário, alguns bens eram considerados livres (solo, água, ar e luz) e suas utilizações dispensavam quaisquer tipos de restrições e cuidados com externalidades. A preocupação com a sustentabilidade do planeta não constava no portfólio dos fatores de produção e a cadeia produtiva alcançava somente às atividades praticadas dentro da porteira.

Nos dias atuais, com os avanços frenéticos das tecnologias e com a compulsória e consciente preocupação com a sobrevivência do planeta, a produção de alimento, de matéria prima e de insumos deixou de ser uma atividade meramente coadjuvante do desenvolvimento econômico. Pela sua importância estratégica, passou a ocupar lugar de destaque (considerada inclusive como atividade de segurança nacional) e a sua cadeia de produção se expandiu a todos os clusters do sistema, inclusive na agregação de valor e na geração de novos significados. A partir daí, o termo Agronegócio vem se expandindo e se consolidando.

O mundo volta suas atenções para os Países produtores de alimentos, de matérias primas e de insumos, de modo efetivo ou potencial. Alguns Países buscam parcerias racionais e estratégicas, outros, ensejando suas vantagens relativas, se utilizam de expedientes compulsórios de negociação e uma terceira categoria menos privilegiada fica à margem do processo, com severas e danosas consequências para o seu povo.

O Brasil é, sem dúvida, um país privilegiado. Temos todos os fatores de produção ao nosso alcance (terra, trabalho, capital, tecnologia agronômica e digital, inclusive a montante e a jusante além-porteira). O problema é que apenas 842.000 propriedades (15,8%) acessam essa modernidade, ficando fora cerca de 4.500.000 (84,2%).

Essa triste realidade só poderá ser mitigado, com a intervenção direta do Estado nas suas três esferas administrativas, criando condições para que essas propriedades excluídas possam romper com suas inércias. O único instrumento da integração disponível, sem dúvida, é o fortalecimento e a modernização dos serviços de Assistência Técnica e de Extensão Rural Públicos (ATER). “Por uma ATER Pública, Sustentável e de Qualidade.”

*Sabino Alano Magalhães Bizarria, Presidente da Assema (Associação dos Servidores da EMATERCE) e Secretário Geral do Mova-se (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará). sbizarria52@hotmail.com