Pesquisa ATERS – Visão de Presente e Futuro

 Pesquisa ATERS – Visão de Presente e Futuro

No dia 23 de julho, a ASAE lançou a pesquisa ATERS – Visão de Presente e Futuro, que foi encerrada em 09 de agosto. O relatório da pesquisa está sendo elaborado, mas, abaixo, já é possível conferir os gráficos e uma descrição das questões fechadas realizada pelo GT Extensão Rural*, responsável pela organização e levantamento.

A pesquisa foi realizada com o uso de formulário eletrônico e participação espontânea dos respondentes, que ao todo chegaram a 557 pessoas. Quanto as suas características, a maioria (59,2%) é do sexo masculino e, em relação ao tempo de trabalho na Emater/RS-Ascar, 33,1% responderam possuir entre 5 a 10 anos e 73,2% disseram exercer suas atividades profissionais em Escritórios municipais, ou seja, como se diz no jargão da extensão rural, trabalham no campo em contato direto com o público assessorado. Em relação às unidades regionais administrativas da Emater/RS-Ascar, houve proporcionalidade entre os respondentes, apresentando maior percentual (11,8%) a região de Lajeado.

O formulário utilizado na coleta de dados foi composto por questões fechadas e abertas. Algumas das fechadas possibilitavam apenas a escolha de uma das opções disponíveis (muito bom, bom, regular, ruim ou muito ruim) e, em outras, era possível escolher mais de uma opção de resposta, o que leva o somatório das opções de resposta a ultrapassar 100%. Um fato merecedor de destaque foi a considerável utilização da opção de resposta “regular”. A mesma pode ser considerada uma “resposta fácil” e cômoda, tipo “não está nem bom nem ruim, está mais ou menos”, podendo-se interpretar que sua utilização demonstra insatisfação ao que foi perguntado, pois, ao contrário, a opção escolhida seria “bom” ou “muito bom”.

Os dados da pesquisa apontam, em relação ao atual rumo da Emater/RS-Ascar, a prevalência de insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras, com a soma dos que marcaram a opção “ruim” e “muito ruim” igual a 38,4%, além dos 44,9% que optaram pela resposta “regular”.

Algumas questões visavam o levantamento de informações para a construção de uma FOFA (também conhecida como Análise SWOT) e trouxeram à tona o que os respondentes consideram positivo e negativo em relação a Emater/RS-Ascar e o desenvolvimento da ATERS no RS. Como “Fortalezas” destacaram-se: “Conhecimento da realidade (técnico/social/ambiental, organizacional)” – 67,4%; “Atendimento integrado às famílias e propriedades (econômico, social, ambiental)” – 61,4%; e “Expertise (acúmulo de conhecimento técnico, social, ambiental, organizacional e metodológico” – 57,8%. Como “Oportunidades” que se apresentam à instituição e que podem alavancar o desenvolvimento da ATERS, as opções de respostas mais destacadas foram: “Políticas públicas de desenvolvimento rural e fortalecimento da Agricultura Familiar” – 71,4%; “Parcerias com órgãos de Estado (Federal, Estadual e Municipal)” – 68,2; e “Parcerias com organizações da sociedade e credibilidade social junto às representações da agricultura familiar” – 51,3%.

Já em relação aos aspectos não favoráveis, ultrapassaram o percentual de 50% as seguintes opções de reposta atreladas às “Fraquezas” da Emater/RS-Ascar: falta de “Reconhecimento e valorização dos empregados” – 71,7%; e falta de “Rumo (Diretrizes e Planejamento Estratégico e Operacional nos diversos níveis)” – 57,4%. Quanto às “Ameaças”, ou seja, aos fatores externos que podem dificultar as atividades da instituição e a continuidade da ATERS, foram as mais citadas: “Indicação política de gestores sem perfil adequado para a extensão rural” – 79%; “Falta de políticas públicas de desenvolvimento rural e enfraquecimento da Agricultura familiar” – 62,2%; “Outras instituições executando serviços de ATERS” – 52,2%; e “Forma de contratação e financiamento da ATERS” – 50,5%.

A pesquisa também buscou avaliar a visão dos respondentes quanto a estruturação institucional, gestão e capacidade operacional da Emater/RS-Ascar para dar conta da realidade e desafios da ATERS. Para 36,5% a instituição não vai nada bem nesse quesito e 45,4% consideram que tem um desempenho apenas regular. Outro dado levantado foi a respeito da percepção dos trabalhadores e trabalhadoras quanto a real importância dada pela instituição ao trabalho social, tendo em vista ela possuir o CEBAS. O somatório das repostas “regular”, “ruim” e “muito ruim” alcançou 71,1%.

Um maior equilíbrio nas respostas ocorreu na avaliação sobre os resultados alcançados pela ATERS, pois 47,6% avaliam esse quesito de forma positiva. Outro aspecto medido foi a percepção sobre a existência de diálogo interno na Emater/RS-Ascar e dela com os seguimentos representativos da agricultura familiar gaúcha. Os percentuais, respectivamente de 82,3% e 80%, apontam dificuldades nesse aspecto.

* O GT Extensão Rural, que se reúne semanalmente, tem ouvido entidades representativas da agricultura familiar e acadêmicos de reconhecimento nacional e internacional sobre o tema e, em breve, irá propor novas atividades aos trabalhadores e trabalhadoras da Emater/RS-Ascar. É composto por: Aluizio Tremea, Diego Barden dos Santos, Gustavo Ayres, Lauro Bernardi, Luana Lucas Alves, Luis Fernando Fleck, Marcia Terezinha Barboza Breitenbach, Mariana Soares, Marines Rosali Bock, Mauro Fernando Stein, Robson Becker Loeck e Tatiane dos Santos.

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